< 2 anos: dose menor < 6 anos: 1/4 da dose 6 a 10 anos: 1/2 dose > 10 anos: dose total
Dose diária de extratos: 2 a 6g
Adultos: 2 cápsulas de 350mg (extrato vegetal), 3 vezes por dia
Animais respondem muito bem. Conforme o bicho, tomar em cápsula, ou abir a cápsula e dar o extrato, ou diluir o pozinho em água. Em forma líquida, pode colocar direto na boca, ou sendo gato, borrifado em alguma região fácil de lamber. A quantidade deve variar conforme o peso do animal, mas metade do ser humano ou calculado como se fosse para crianças. A quantidade de dose por dia vai depender da evolução.
Se puder, tomar as cápsulas com algum líquido morno ou quente.
HORÁRIO
Depende das características (localizações, condições, evoluções) das doenças, dos efeitos terapêuticos dos fármacos, e dos doentes (idade, peso, estado geral, antecedentes).
Em geral, doenças no Jiao Superior, melhor tomar depois das refeições; no Jiao Inferior, antes das refeições.
Fórmulas para doenças graves e agudas devem ser tomadas a qualquer hora; para doenças crônicas, em horários definidos.
Fórmulas tônicas, purgativas e antihelmínticas tomadas com estômago vazio.
Fórmulas sedativas antes de dormir.
Fórmulas com fármacos irritativos para o trato gastrointestinal tomadas depois das refeições.
Fórmulas para malária devem ser tomadas 2 horas antes das crises.
Fórmula Shizao (Fórmula das Dez Jujubas para eliminar Umidade) Tang deve ser tomada ao amanhecer; Jiming (Fórmula Acordar com Galo para Frio e Umidade) San deve ser tomada antes do alvorecer.
MÉTODO
Para doenças agudas, é preferível tomar decocções.
Em geral, para economizar, uma decocção pode ser fervida 2 a 3 vezes. Nos vários dias, convém combinar decocções da 1ª fervura com outras já fervidas.
A dose total diária pode ser dividida em 2 a 3 tomadas.
Em geral, decocções devem ser tomadas mornas. Admitem-se exceções, decocções frias para síndromes de Calor; decocções quentes para síndromes de Frio.
Nos casos urgentes, a dose diária de uma fórmula pode ser tomada numa única vez para aumentar a eficácia; ou conforme o caso, dividida em várias tomadas ao longo do dia (ou até tomar 2 doses diárias no primeiro dia).
Em doenças crônicas, a apresentação pode ser grânulos, pílulas, comprimidos, pó, extrato ou liquor medicinal. A dose diária de um fórmula é possível ser tomada ao longo de 2 dias, ou tomar em dias alternados.
Em doenças graves, para evitar vômitos, decocções de natureza fria podem ser tomadas quentes e decocções de natureza quente, tomadas frias.
Fórmulas muito fortes com fármacos tóxicos devem ser tomadas com cuidado, começar com doses baixas e vai aumentando. Logo que obtiver resultados satisfatórios, interromper tais fórmulas.
Para pacientes propensos a vômitos, suco de gengibre pode ser adicionado às decocções. Ou então antes de tomar a decocções, esfregar um pouco de gengibre fresco na língua ou mastigar um pouco de casca de tangerina. Ou tomar decocção fria em pequenas quantidades ao longo do dia.
Durante muitos séculos, as plantas eram colhidas no mato e preparadas nos vilarejos, os minerais colhidos nas montanhas, os animais utilizados variam de tamanho, os pacientes ou seus familiares fazem as decocções, os tempos de cozimento variam, então não há aquela precisão e controle de qualidade do produto final. No fim, ao longo de vários dias, os erros acabam sendo diluídos ou neutralizados.
Atualmente, nas farmácias e nos hospitais, os farmacêuticos pegam os componentes, meio no olhômetro, juntam-nos em pacotinhos. Algum pacote tem minhocas ou escorpiões grandes, outros têm animais menores; uma fatia a mais num pacote, em outro colocam um pouco menos… E assim por diante. É por isso que os pesos dos fármacos nos livros e nas farmacopeias variam um pouco. Todos sabem que são apenas referências, pois o que vale é o processo alquímico, é a liberação da energia.
Muitos fármacos são vendidos nas lojas e supermercados a granel, alguns servem para fazer sopas e sobremesas, ou enfeitar bolos, por exemplo, Lycii Fructus, Jujubae Fructus, Crataegi Fructus, Codonopsis Radix, Angelicae Sinensis Radix, Dioscoreae Rhizoma, Zingiberis Rhizoma Recens, Cinnamomi Cortex, Citri Reticulatae Pericarpium, alho, cebola, cebolinha, agrião, galinha, tartaruga etc. Não há aquele rigor em relação a quantidade. São considerados alimentos funcionais ou suplementos energéticos.
Existem também aquelas fórmulas muito tradicionais onde vale a Numerologia Chinesa.
Liuwei Dihuang tem que ser com 6 componentes porque número Seis representa o Shen.
Xiaochaihu tem 4 peças de Jujubae Fructus; Guipi, Bazhen e Xiaojianzhong são 3 peças de Jujubae Fructus; Suzi Jiangqi ou Huoxiang Zhengqi, 1 peça. Não importa o tamanho das frutinhas, não devem ser modificados numericamente.
E para Zingiberis Rhizoma Recens, Suzi Jiangqi e Xiaojianzhong tem 2 fatias; Erchen 7 fatias; Huoxiang Zhengqi 3 fatias; nenhum chinês questiona tamanho das fatias e das peças de gengibre! O processo todo é alquímico e energético!
OBSERVAÇÕES
Nos livros de MTC há uma grande confusão dos nomes das FMC. Em geral, os livros até os anos 1980 usam a transliteração de Wade-Giles com base no dialeto mandarim ou cantonês, ou alguns nomes comerciais dos EUA; depois disso os livros passaram a adotar o Hanyu Pinyin de 1958 da China continental.
Com base na RDC 21/2014 da ANVISA, segui os nomes de fármacos e fórmulas da Farmacopeia 2010 da República Popular da China. Por isso, os nomes estão diferentes dos nomes de livros publicados da Matéria Médica Chinesa anteriores da 2010.
Entretanto, para facilitar alguns terapeutas acostumados com os nomes antigos, coloquei ao lado os nomes alternativos de FMC registrados por algumas empresas no Ocidente.
As composições das fórmulas seguem também a Farmacopeia 2010. Existem pequenas divergências em algumas fórmulas não magistrais entre vários fabricantes e hospitais quanto aos componentes e às quantidades. Isso depende da experiência de cada instituição, dos fornecedores, da disponibilidade e da qualidade dos fármacos. Um exemplo comum na Farmacopeia 2010 é a substituição de Ginseng Radix et Rhizoma por Codonopsis Radix, ambos Tônicos de Qi. Afinal, a inclusão de Ginseng torna a fórmula muito dispendiosa. Outro exemplo é a troca de Cinnamomi Cortex por Cinnamomi Ramulus, ou vice-versa. São ambas partes da caneleira, é claro que as quantidades são diferentes.
Neste compêndio, coloquei as composições seguindo a Farmacopeia 2010, às vezes a contragosto, por não concordar com algumas adaptações.
Existem substâncias que podem participar na fabricação da fórmula ou serem adicionadas somente na hora de tomar o produto, como Zingiberis Rhizoma Recens (gengibre), Jujubae Fructus, Citri Reticulatae Pericarpium Viride (casca de tangerina verde), Melle (mel) e açúcar de malte. Há outras como Natrii Sulfas (mirabilitum) e Talcum que entram na fase final, misturadas à fórmula semipronta, na produção dos grânulos ou pílulas. É por isso que as composições das fórmulas podem estar diferentes nos diversos livros.
Na Farmacopeia e nos livros, as somas dos componentes das fórmulas variam de 100g até 2000g. Isto dificulta a compreensão e a comparação. Assim, desde o primeiro catálogo da Aprofarma /SKL de 1997, venho transformando em porcentagem.
Apesar disso, em algumas FMC, tive que fazer adaptações porque não há especificação das quantidades; ou apenas mencionam número de fatias de Zingiberis Rhizoma Recens ou pedaços de Jujubae Fructus; ou mandam tomar a fórmula com decocção ou infusão de gengibre, jujuba ou casca de tangerina.
CONTRAINDICAÇÕES
Muitas fórmulas e ervas, ou quase todas, aparecem contraindicadas para gestantes. Aliás, existem poucos fármacos abortivos, o aviso é mais por precaução. Se funcionassem, a China teria uma população pequenininha. Tudo depende da prescrição correta e das dosagens. Em excesso, até arroz, doce e cerveja fazem mal.
Na Medicina Ocidental Química Tecnológica, todas as bulas também vêm com a recomendação de cuidado nas gestantes.
NOMES DAS FÓRMULAS
Coloco abaixo uma listinha com os nomes das apresentações:
Dan: bolotas
Heji: mistura de pós
Jiaonang: cápsulas
Keli: grânulos
Pian: tabletes
Ruanjiaonang: cápsulas moles
San: pós
Tang: decocção
Wan: pílulas
Yin: líquido
Nos livros chineses, as fórmulas estão divididas por dezenas de síndromes e etiopatogenia. Para eles isto é possível porque os cursos das faculdades duram milhares de horas, e as FMC e ervas existem à venda em qualquer esquina. Acho o esquema muito complicado e dispensável.
Para a situação brasileira, onde temos poucas fórmulas disponíveis, preferi facilitar agrupando as FMC segundo os Cinco Elementos, mais as classes de fórmulas contra Deficiências (tônicas), contra Xie (bactérias e vírus) e contra Estagnações (dores e tumores). Usei este novo modelo, fugindo das divisões utilizadas em todos os livros de MTC, para facilitar aprendizado e prescrição.
As fórmulas para Xie eram muito importantes, pois tratam das doenças infecciosas, virais e epidêmicas. Contudo, no mundo atual, para essas doenças (COVID-19, pneumonia, dengue, zika, febre amarela, hepatite, meningite, varíola, zika etc.), os pacientes vão para pronto-socorros e hospitais, e já tomam seus antibióticos e antivirais. Só aparecem nos consultórios os casos de resfriados e gripes (Vento na Superfície, Xie na Superfície, Vento-Frio / Muco e Tosse Frio, Vento-Calor / Muco e Tosse Quente). Então os acupunturistas e terapeutas precisam apenas conhecer Vento-Calor (febre com sudorese, secura de boca e garganta seca, catarro espesso e amarelado); ou Vento-Frio (febre sem sudorese, obstrução nasal, garganta irritada, catarro aquoso branco) com suas fórmulas correspondentes.